A marca é um dos ativos mais valiosos que uma empresa pode possuir, pois é através dela que o empreendedor é capaz de distinguir seus produtos e serviços diante da concorrência. Ao passo que os consumidores, em sua grande parte, identificam os produtos e serviços que adquirem, tomando a decisão de realizar ou não determinada compra, com base em suas percepções e experiências relativas à marca.
Por essa razão, elaboramos a presente cartilha com as principais maneiras de gerar valor para sua marca e, consequentemente, melhorar a posição da sua empresa no mercado, seja para atrair novos investimentos, seja para expandir seu negócio. Confira abaixo:
1. Registre sua marca
O primeiro e mais importante passo para viabilizar a criação da marca como um ativo de valor econômico da sua empresa, passível de ser negociado, é realizando o seu registro, pois somente dessa forma ela se tornará um bem intangível, de titularidade única e exclusiva daquele que detém o certificado de registro.
O registro da marca impede que outras pessoas usem daquele nome ou logotipo em todos os estados da federação, visto que a proteção se dá no âmbito nacional. Ademais, com o registro, a sua empresa fica resguardada de eventual cópia ou utilização parasitária de sua marca por concorrentes, dando-lhe o direito de obter uma indenização pelo uso indevido, podendo ainda representar criminalmente contra o autor do ilícito, visto que o uso indevido de marca alheia registrada é tipificado como crime contra a propriedade industrial no Brasil.
2. Invista em marketing
O famoso chavão da área da Publicidade que diz que “A propaganda é a alma do negócio” tem sua razão de ser em testes empíricos de grandes companhias até pequenos negócios que constataram em seus balanços contábeis que, quanto maiores as saídas para investimento na identidade visual da empresa, maiores são as receitas no médio e longo prazo.
A fidelização de uma carteira de clientes e a consolidação de uma marca dependem de forma bastante significativa do quanto o empreendedor está disposto a tirar do bolso para divulgar sua marca. Ressaltamos que divulgar aqui não significa fazer propaganda em meios de comunicação ou jornais de forma genérica apenas, mas sim, criar um plano de marketing inteligente, realizando as ações na área levando em consideração o perfil do público-alvo, a localização, o canal (impresso ou digital), bem como na expansão da rede de relacionamentos para aqueles que atuam no B2B.
3. Faça parcerias
Firmar parcerias comerciais é certamente uma boa estratégia para empresas que buscam consolidar sua marca no mercado, tendo em vista o baixo nível de complexidade dessas associações, seja no aspecto jurídico ou no aspecto econômico. A principal cautela a ser adotada se dá quanto à definição dos potenciais parceiros, visto que, inevitavelmente, será através deles que ocorrerá a divulgação da sua marca, sendo assim, é importante conhecer o parceiro e sua reputação no mercado antes de lhe autorizar a negociar os produtos e serviços da sua empresa por conta própria.
Destacamos que a parceria guarda um grau ainda mais elevado de importância quando falamos de negócios cujo crescimento e manutenção dependa de uma recorrente política comercial de expansão para novos mercados. Sendo nosso objeto de análise a consolidação da marca do empresário ou da sociedade empresária, vislumbramos que a expansão através de representações comerciais é uma boa estratégia para empresas em fase inicial de expansão, tanto para marca de produtos como para marca de serviços.
Para empresas já consolidadas, o passo seguinte é a estruturação de uma cadeia produtiva completa para a produção e comercialização de bens e serviços em diversos mercados, seja através da abertura de filiais, de centros de distribuição ou até através de plataformas online de vendas de produtos ou prestação de serviços, conhecidas como e-commerce, o que coloca a marca em um patamar de alcance e notoriedade muito mais elevado.
4. Crie uma franquia
A formatação de uma rede de franquias é um passo mais avançado para empresas que já testaram e aprovaram seu modelo de negócios em determinado mercado, mas que buscam a expansão da operação para outras localidades, com a finalidade de consolidar a marca em um âmbito regional, nacional, ou até internacional, o que muitas vezes só é viável através da instrumentalização jurídica de um contrato de franquia empresarial.
Através do sistema de franchising o empresário é capaz de duplicar seu modelo de negócios em múltiplos mercados, sem precisar investir somas elevadas de capital, o que implicaria em um risco bastante elevado, ou até na própria inviabilidade do empreendimento.
Já em uma rede de franquias, o franqueador – titular da marca – pode transferir a atividade produtiva aos franqueados, que realizam todo o investimento, inclusive na própria marca, mediante o pagamento da taxa de franquia e royalties em favor do franqueador, sendo este responsável apenas pelo monitoramento do padrão de qualidade na comercialização dos produtos ou na prestação dos serviços de toda a rede.
5. Licencie sua marca
Já com uma marca consolidada, o que a torna um ativo de elevado valor para a empresa, abre-se a possibilidade de se licenciar o seu uso para terceiros de outros segmentos de mercado, que nada têm a ver com o ramo de atuação da empresa titular da marca, o que só é possível graças ao elevado prestígio e boa reputação da mesma diante dos consumidores.
O interesse em obter a licença de exploração surge pois muitos empresários vislumbram em marcas renomadas uma ferramenta infalível de venda, que permite agregá-las aos seus produtos e serviços, aumentando-se, por conseguinte, os lucros provenientes da comercialização desses produtos e serviços.
Citamos como exemplo a Coca-Cola e a Ferrari, fabricante de refrigerantes e fabricante de carros de luxo, respectivamente, que licenciam suas marcas para outras empresas as explorarem em nichos de mercado totalmente diversos daqueles em que originalmente atuam, como na indústria da moda e confecções e na indústria de cosméticos e perfumes.
Essa conjugação de interesses comerciais resulta em uma valorização ainda maior da marca, o que, indubitavelmente, pode transformá-la no ativo mais valioso da empresa titular, que passa a lucrar com a marca sem sequer comercializar produtos e serviços próprios.